Educação Antirracista e Equidade Racial no Ensino Fundamental: Parâmetros para Avaliação Negociada do Projeto Político-Pedagógico

Autores

  • Alexsandro do Nascimento Santos

Palavras-chave:

Racismo Estrutural, Racismo Institucional, Ensino Fundamental, Projeto Político Pedagógico, Avaliação Negociada

Resumo

O presente artigo apresenta resultados de um percurso investigativo comprometido com a construção de um instrumento de avaliação institucional/negociada do Projeto Político-Pedagógico das escolas de ensino fundamental e médio no que tange ao compromisso e ao conjunto de esforços e práticas para a materialização cotidiana de uma educação antirracista, comprometida com a equidade educacional. Após uma introdução que contextualiza o dilema racial da educação brasileira, a segunda seção do artigo ancora-se na retomada de um repertório conceitual e analítico sobre: a) o racismo estrutural e institucional e seus atravessamentos no sistema educacional e b) o reconhecimento das conexões entre o princípio da gestão democrática da escola pública, o princípio da autonomia pedagógica e administrativa das unidades educacionais e a construção do Projeto Político Pedagógico como expressão desses dois princípios. Na terceira seção do artigo, apresenta-se o instrumento Matriz de Avaliação do Projeto Político Pedagógico – Educação Antirracista no Ensino Fundamental (MAP³-EAEF), seguida das considerações não-finais do autor.

Biografia do Autor

Alexsandro do Nascimento Santos

Doutor em Educação pela Universidade de São Paulo. É professor do Programa de Pós-Graduação em Educação (Mestrado e Doutorado Acadêmico) e do Mestrado Profissional em Formação de Gestores Educacionais da Unicid. Diretor-Presidente da Escola do Parlamento e Conselheiro Municipal de Educação de São Paulo

Referências

ALARCÃO, Isabel. Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: Artmed, 2001.

ALMEIDA, Frederico Alves e ALVES, Maria Teresa Gonzaga. A cultura da reprovação em escolas organizadas por ciclos. Revista Brasileira de Educação [online], v. 26, p. 1-28, 2021, v. 26

ALVES, M. T. G. et al. Desigualdades de aprendizado entre alunos das escolas públicas brasileiras: evidências da Prova Brasil (2007 a 2013). Brasília: Unesco, 2017. (Série Debates ED, n. 5)

CARNOY, M. et al. A educação brasileira está melhorando? Evidências do PISA e do SAEB. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 45, n. 157, p. 450-485, jul./set. 2015

BARROSO, J. O estudo da autonomia da escola: da autonomia decretada à autonomia construída. In: BARROSO, J. (Org.). O estudo da escola. Porto: Porto Editora, 1996.

BOLÍVAR, António. Los centros educativos como organizaciones que aprenden: promesa y realidad. Madrid: Editorial La Muralla, 2000 CARNOY, M. et al. A educação brasileira está melhorando? Evidências do PISA e do SAEB. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 45, n. 157, p. 450-485, jul./set. 2015.

DEMO, Pedro. .Pesquisa e construção do conhecimento: metodologia cientifica no caminho de Habernas. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro 1994.

FERRÃO, M. E. et al. Estudo longitudinal sobre eficácia educacional no Brasil: comparação entre resultados contextualizados e valor acrescentado. Dados: Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 61, n. 4, p. 265-300, 2018.

CARMICHAEL, S.; HAMILTON, C.V. Poder negro: la política de liberación en Estados Unidos. México: Siglo XXI, 1967

CORREA, E. V.; BONAMINO, A.; SOARES, T. M. Evidências do efeito da repetência nos primeiros anos escolares. Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo, v. 25, n. 59, p. 242-269, set./dez. 2014

FARIA, E. M. Os alunos reprovados no Brasil: uma análise das proficiências e das taxas de abandono por meio das avaliações Prova Brasil e Pisa. Estudando Educação, São Paulo, n. 1, 2011

FULLAN, M.; HARGREAVES, A. A escola como organização aprendente. Buscando uma educação de qualidade. Porto Alegre: Artmed, 2002.

GADOTTI, Moacir, ROMÃO, José E. (orgs.). Autonomia da Escola: Princípios e Propostas. São Paulo: Cortez, 1997.

GIL, Natália de L. Reprovação escolar no Brasil: história da configuração de um problema político-educacional. Revista Brasileira de Educação, v. 23, p. 1-23, 2018.

HESSE, B. Im/plausible deniability: racism’s conceptual double bind. In: Social Identities, v. 10, nº 1, p. 9-29, 2004.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (Inep). Sinopse Estatística da Educação Básica 2000. Brasília: Inep, 2001.

LÓPEZ, L.C. The concept of institutional racism: applications within the healthcare field. Interface - Comunic., Saude, Educ., v.16, n.40, p.121-34, jan./mar. 2012.

MORAES, C. S. V.; ALAVARSE, O. M. Ensino médio: possibilidades de avaliação. Educação & Sociedade, Campinas, v. 32, n. 116, p. 807-838, 2011.

NERI, M. C. (Coord.). O tempo de permanência na escola e as motivações dos sem-escola Rio de Janeiro: FGV/IBRE, CPS, 2009. Disponível em: <http://www.cps.fgv.br/cps/tpemotivos>. Acesso em: 29 maio 2013.

VEIGA, I. P. A. da. Projeto Político Pedagógico da Escola: Uma Construção Possível. 11. Ed. Campinas, SP : Papirus, 1995.

VEIGA, Ilma Passos; RESENDE, Lúcia Maria G. de (orgs). Escola: Espaço do Projeto Político-Pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 1998.

SERRANO, P. E. A. P. Estado de exceção e autoritarismo líquido na América Latina. In:. Poliética. São Paulo, v. 8, n. 1, pp. 94-125, 2020

Downloads

Publicado

2022-11-21

Como Citar

Santos, A. do N. (2022). Educação Antirracista e Equidade Racial no Ensino Fundamental: Parâmetros para Avaliação Negociada do Projeto Político-Pedagógico. Revista Parlamento E Sociedade, 10(18), 95–116. Recuperado de https://parlamentoesociedade.emnuvens.com.br/revista/article/view/232

Edição

Seção

Artigos