Necroestado, necrogoverno, necropolítica racial e a resistência negra no Brasil
Palavras-chave:
Resistência Negra, Racismo Sistêmico, Racismo Fundante, Racismo Estruturante, Racismo ReplicanteResumo
Este artigo aborda o processo de resistência à violência racial contra a população negra, no período pós abolição. Os espaços de rearticulação de humanização desse grupo - espaços de transcendência e imanência, espaços de resistência urbana e espaços de fruição cultural - deram as bases para as ações de enfrentamento à política de execução física e cultural de negras, negros e seus descendentes, em quatro fases distintas, desde o século 19: segregação material e imaterial radical, espelhamento ao modelo social imposto, militância política e a articulação para a adoção de políticas públicas de superação das assimetrias, com marcadores raciais. Para essa análise longitudinal, foram observados os pontos de inflexão nesses períodos, a partir de suas relevâncias históricas e dos impactos das tecnologias políticas negras nos embates com o necroestado, as necropolíticas e os necrogovernos, base das violências patriarcais, segregacionistas e supremacistas brancas, que caracterizam o racismo sistêmico no país. Nesse cenário, a gramática apreendida pela população afrodescendente escreveu uma capítulo de resistência à barbárie, em defesa da sua humanização e do direito à existência negra.
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