Alienação eleitoral

uma visão multidimensional

Autores

  • Ivan Filipe de Almeida Lopes Fernandes Universidade Federal do ABC

Resumo

O objetivo do artigo é analisar, a partir de dados agregados em nível municipal e estadual, a evolução da alienação eleitoral do Brasil e em especial dos municípios paulistas, entendida tanto a partir do não comparecimento (abstenção) eleitoral, quanto da decisão de votar em nulo ou branco (voto inválido), e seus principais determinantes. Em primeiro lugar, descrevemos a evolução da alienação por tipo de pleito, ano e unidade da federação e, em seguida, analisamos os determinantes da alienação eleitoral dos municípios paulistas por meio de análise com dados em painel. Os resultados indicam importantes contribuições para a literatura. A alienação não é maior nos grandes centros eleitorais; não existe mudança qualitativa no padrão de alienação nas últimas eleições; e as eleições mais próximas do eleitor são menos alienadas. Os padrões regionais, por sua vez, diferem na lógica de alienação. Nos estados do centro – Sul, sobretudo no Sudeste –, a taxa de abstenção é menor, mas a taxa de anulamento (votos inválidos) é maior; já nos estados do Norte a taxa de abstenção é maior. Finalmente, encontramos evidências consistentes que o analfabetismo aumenta tanto o não comparecimento quanto a opção por votos brancos ou nulos, enquanto os fatores geográficos e demográficos não são importantes determinantes da alienação.

Biografia do Autor

Ivan Filipe de Almeida Lopes Fernandes, Universidade Federal do ABC

Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade de São Paulo, mestre e doutor em Ciência Política pela mesma Universidade. Professor de Políticas Públicas da Universidade Federal do ABC (UFABC).

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Publicado

2017-07-05

Como Citar

Fernandes, I. F. de A. L. (2017). Alienação eleitoral: uma visão multidimensional. Revista Parlamento E Sociedade, 5(9), 53–92. Recuperado de https://parlamentoesociedade.emnuvens.com.br/revista/article/view/24

Edição

Seção

Artigos